A demora no agendamento das perícias médicas do INSS tem deixado aflita a população da região serrana. Trabalhadores que necessitam dos benefícios da Previdência Social estão esperando até 120 dias para conseguir uma consulta com os peritos do posto de Lages.Para tentar resolver o problema, foi realizada no dia 24 de junho uma audiência pública onde se discutiu a causa de tanto transtorno e maneiras de solucionar a questão. A mesa de discussão foi composta pelo Procurador da República em Lages, Nazareno Wolf, pelo advogado previdenciário, Edésio Caon, e pelo representante da União Geral dos Trabalhadores, Airton Neves. O vereador Toni Duarte presidiu a sessão.O advogado previdenciário Edésio Caon se mostrou indignado com a situação, já que o atendimento é assegurado ao trabalhador, visto que ele paga sua cota a Previdência todo mês. Caon aconselhou que quem se sentir prejudicado pelo serviço, deve procurar o Judiciário em Lages.O procurador da República, Nazareno Wolf revelou que o problema é estrutural. “Há poucos peritos para atender a região e o edital do próximo concurso prevê apenas um médico para Lages e dois para Curitibanos, o que é muito pouco”, afirmou o Procurador que também acredita ser necessária uma grande mobilização entre os representantes dos trabalhadores, o Judiciário e o Legislativo, bem como demais representantes políticos, para que o governo federal possa atender esta necessidade da região.Proponente da audiência, o vereador Elói Bassin organizou um abaixo-assinado que será encaminhado junto a um memorando ao Ministério da Previdência Social, em Brasília, e que pedirá uma solução o mais rápido possível. Contestando críticas sobre a funcionalidade da audiência, Bassin afirmou que é importante discutir todo o assunto que aflige a população lageana. “Queremos dignidade para o trabalhador. Esta Casa sempre vai representar a vontade e o desejo do povo”.O público presente ao Plenário Nereu Ramos também se manifestou e relatos de pessoas que já sofreram com a demora nas perícias, bem como o mau-atendimento no posto do INSS, ressaltaram a dimensão do problema.Os demais vereadores também se manifestaram sobre a audiência. O vereador Leandro Môro lamentou a ausência dos representantes do INSS e requereu uma solução urgente para o caso. Já o vereador Marcius Machado afirmou que a dignidade é um direito assegurado na Constituição Federal, e como tal, deve ser cumprido.A vereadora Neusa Zangelini disse não entender o método de atuação do governo federal. “Ele incentiva o empreendimento, mas não garante o seu direito”. Adilson Appolinário concordou com o manifesto da população: “Aqui é o local correto para o desabafo do cidadão. Aqui estamos perto da comunidade, do povo, encontramos histórias de superação. Pessoas que tem que trabalhar adoecidos, debilitados, para levar o dinheiro para casa, para o sustento de seus filhos”.O vereador Lore classificou como uma calamidade o que está acontecendo. “Como que fica o povo que contribui a vida toda e não tem seu direito atendido? O trabalhador cumpre seus deveres, falta o governo cumprir o dele”, exigiu. Toni Duarte revelou que depoimentos descontentes como estes acontecem todos os dias e que é necessário que os envolvidos unam forças para modificar a situação.
Com Informações: Assessoria de Imprensa da Câmara de Lages.
