Os presos que esperam voltar à sociedade com chances de conquistar espaço no mercado de trabalho e, principalmente, com experiência profissional, podem estar mais perto dessa realidade. O pré-projeto kit de casa pré-moldada e laborterapia foi apresentado nesta quinta-feira (8) ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Lages, Angelo Spiller, e ao presidente do Conselho de Direitos Humanos da instituição, Afrânio Camargo. Após algumas adequações, o documento será encaminhado para análise da Justiça.
Angelo e Afrânio concordam que a ressocialização é o único caminho para quem está detido. O projeto daria oportunidade aos presos de se profissionalizarem e ainda obterem outras vantagens. "A autoestima dessas pessoas vai melhorar. Elas terão uma profissão e poderão deixar de partir para o caminho das drogas, que é o que frequentemente acontece", destaca Afrânio.
Além de ser capacitado, o detento receberá uma remuneração pelo trabalho. Parte do vencimento será depositada em uma conta poupança e o dinheiro só poderá ser usado depois do cumprimento da pena. A outra parte vai para a família do preso. Angelo explica que, a cada três dias de atividade, um é reduzido da pena.
O presidente da OAB diz que muitos detalhes ainda precisam ser analisados pela Justiça para que o projeto possa ser colocado em prática. "Como e quando vai começar, quantos presos poderão participar, se serão aqueles que cumprem a pena em regime fechado ou semiaberto. São decisões de quem fará essa avaliação", destaca.
Os idealizadores, vereador Adilson Appolinário, responsável técnico, e o empresário José Roni Fernandes, garantem que esse é um projeto inovador na construção civil. Os blocos são feitos com treliças de ferro e, no meio do cimento, são colocadas placas de isopor. Isso garante isolamento térmico e acústico ao ambiente. "É um trabalho fácil de aprender e executar", destaca José.
A edificação com painéis, além de ser 30% mais barata do que a forma convencional, é muito mais rápida. Para montar uma casa pré-moldada de 50 metros quadrados, por exemplo, leva-se apenas um dia.
Para o vereador Adilson, o projeto tem plenas condições de resultar em Sucesso. Mas ele ressalta que, para isso, deve haver vontade de todos. “A ideia é firmar fortes parcerias entre órgãos públicos e empresas privadas”.
Texto e fotos: Taina Borges
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