Ainda existem estados brasileiros que não aprovaram leis antifumo. Onde a lei foi aprovada, ela pegou.
Essa lei melhorou a vida de quem não fuma e faz muita gente parar de fumar. Nas empresas não há mais fumódromos, os funcionários são obrigados a ir até a rua. Muitos estão desistindo do cigarro.
Uma pesquisa do Hospital das Clínicas mostra que o ar em bares e restaurantes de São Paulo está menos poluído. Outras cidades também estão apertando o cerco aos fumantes.
É longa a caminhada de Talma para fumar. Duas vezes por dia, ela deixa o escritório onde trabalha para acender um cigarro. Não reclama, porque está conseguindo reduzir o vício: “Fumava dois maços por dia.
Hoje, fumo um maço”. Na universidade, funcionários fiscalizam se os alunos cumprem a regra. “Dá até vontade acender um cigarro, mas não posso dentro da faculdade, não tem como”, diz a estudante Amanda Gil Cairo.
“Está mais limpo”, elogia a estudante Alessandra Alves Lima Santos. Agora, fumar só na calçada em frente à faculdade.
“Tem que se adaptar. É uma lei, tem que seguir”, aponta o estudante Rodrigo da Mota.
Quem não se adaptou, pagou caro. Em São Paulo, em seis meses foram aplicadas 761 multas. Os frequentadores e funcionários das casas noturnas foram os mais beneficiados pela lei antifumo. Nos ambientes fechados desses locais, houve uma redução de 73,5% nos níveis de monóxido de carbono. É o que aponta um estudo do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas. A pesquisa foi realizada a partir dos dados coletados por fiscais da Vigilância Sanitária.
O aparelho que mede a qualidade do ar ajudou a descobrir, por exemplo, que antes da lei, a poluição provocada pelo cigarro em ambientes fechados era pior que a da rua. “Quando o ar, por exemplo, está acima de 4,5 partes por milhão já é um parâmetro inaceitável. Nos bares e restaurantes de São Paulo, os ambientes fechados tinham essa concentração”, aponta a coordenadora da pesquisa Jaqueline Scholz Issa.
O combate ao fumo virou lei em 12 estados e no Distrito Federal. Também há casos de cidades que sancionaram leis municipais para garantir o ar mais puro, já que o estado não aderiu. É o caso, por exemplo, de Belém, Aracaju, Salvador, Goiânia, Florianópolis, LAGES e Tubarão.
Raul Vieira agradece. Há 26 anos trabalhando como garçom na capital paulista, ele sente a diferença: “Em termos de saúde, com certeza, eu ganhei. Chegava em casa, ficava com o corpo doído de tanta fumaça e tossia. Melhorou muito a saúde de todos os garçons, com certeza”.
Em São Paulo, 20 mil pessoas morrem de problemas como infarto e derrame cerebral a cada ano. Doenças, muitas vezes, provocadas pelo cigarro. A expectativa dos pesquisadores é que em agosto, quando a lei antifumo completar um ano, o número de casos tenha sofrido uma redução entre 10% e 30%.
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